Eu vi passar o tempo
como um cavalo veloz no seu galope intenso,
sincopado
e não o quis parar,
não lhe liguei.
Há de se dar ao cansaço de todas as voltas,
os ponteiros volvem,
talvez parem,
mas eu não.
Não com a mesma forma de olhar
nem ritmo…
E enquanto o sol não nasce,
trinco esta maçã levemente envenenada
que me vai deixando dormente neste lugar onde nem sei se me sei
- colina ao luar de outra noite qualquer -
onde me é confortável andar perdida.
Imagino um caminho de volta
mesmo sem ponto de partida,
mas vejo este lado
e é bom:
os acordes são bucólicos,
choram violinos por entre as palavras
que eu deixei de tocar,
passei ao lado,
ao outro.
Entrando no balanço do tempo
- esse que urge
malfadado, dividido -
sentei-me na pedra da colina
a baloiçar no pêndulo do relógio de corda inventado
e não vi,
não tenho tempo:
tenho a chave para o fim do mundo.
terça-feira, 6 de abril de 2010
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