terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu vi passar o tempo

como um cavalo veloz no seu galope intenso,

sincopado

e não o quis parar,

não lhe liguei.

Há de se dar ao cansaço de todas as voltas,

os ponteiros volvem,

talvez parem,

mas eu não.

Não com a mesma forma de olhar

nem ritmo…

E enquanto o sol não nasce,

trinco esta maçã levemente envenenada

que me vai deixando dormente neste lugar onde nem sei se me sei

- colina ao luar de outra noite qualquer -

onde me é confortável andar perdida.

Imagino um caminho de volta

mesmo sem ponto de partida,

mas vejo este lado

e é bom:

os acordes são bucólicos,

choram violinos por entre as palavras

que eu deixei de tocar,

passei ao lado,

ao outro.

Entrando no balanço do tempo

- esse que urge

malfadado, dividido -

sentei-me na pedra da colina

a baloiçar no pêndulo do relógio de corda inventado

e não vi,

não tenho tempo:

tenho a chave para o fim do mundo.