sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Demos as mãos quando sentimos queimar-nos
o tempo tão ténue
e o cheiro do mar nos nossos olhos...
Partimos tão breves
num choro tão pleno e terno
e dançamos uma valsa sem nome,
num palco sem chão,
onde o nada não existe...

Olhos nos olhos...

Olhos nos olhos
plantamos todas estas rosas brancas
e construímos para nós
um jardim de caminhos estreitos
alheados deste respirar tão ofegante,
tão sôfrego...

Olhos nos olhos
respirei tão fundo
quanto o sentimento me percorreu, sóbrio...,
e fui o tudo e o nada no mesmo instante...
Na leveza de um sorriso
esbocei ao mundo um vazio permanente,
agarrei a tua mão
e voltei, segura, para casa...