quarta-feira, 21 de março de 2007
Sempre estiveste aí e eu talvez não tenha reparado, talvez tenha recebido o teu carinho com algum egoísmo e só to retribua agora que começas a fazer a mala para te ires embora sem regresso… Olhei para ti no último domingo, estavas com aquele teu sorriso triste mas maternal de sempre, acho que foi aí que percebi realmente o que se passava à minha volta e abracei-te com tanta força que as lágrimas não se aguentaram nos meus olhos… Cheiravas a hospital, a roupa lavada e a tua cara estava enrugada na magreza em que o teu corpo se encontra. Mesmo assim, os teus acanhados sorrisos inundavam o quarto, mesmo sendo escassos, brilhavam mais nos meus olhos que o sol dourado na janela do quarto… Voltei para casa no breu da noite gélida, percorri a estrada de regresso a casa bebendo o choro e adormecendo irrealmente no teu leito materno. Agora que te escrevo, tenho tantas saudades que me maces com assuntos sem sentido algum e das nossas conversas ao som de telenovelas foleiras depois das seis da tarde no cadeirão da sala… Fazes-me falta, Esmeralda… Volta depressa.
Primavera
O madrugador sol matutino
O tardio crepúsculo vespertino
O crescer do luminoso
O esconder do negro
O florescer do verde
O desabrochar em colorido
O chilrear do castanho
O brilhar do amarelo
O animar do triste
O cantar do alegre
O namorar do abandonado
O apaixonar do acompanhado
O acordar do calor
Que precede o fogo
E substitui o gelo
O entrar da Primavera
Que todo o bem faz erguer
E todo o mal esquecer
O tardio crepúsculo vespertino
O crescer do luminoso
O esconder do negro
O florescer do verde
O desabrochar em colorido
O chilrear do castanho
O brilhar do amarelo
O animar do triste
O cantar do alegre
O namorar do abandonado
O apaixonar do acompanhado
O acordar do calor
Que precede o fogo
E substitui o gelo
O entrar da Primavera
Que todo o bem faz erguer
E todo o mal esquecer
segunda-feira, 19 de março de 2007
terça-feira, 13 de março de 2007
Sede de ti
Olho pela janela,
Vislumbro o escuro nada,
Saio para a rua,
A chuva escorre-me pela face
Até me encontrar os pés nus.
Mas tenho sede de ti.
O dia vai nascendo
A pouco e pouco
Enquanto o vento cortante
Me trespassa.
Mas não traz o arrepio gélido,
O arrepio imenso,
O arrepio saboroso
De te ver.
Finalmente apareces.
Vislumbro-te ao longe,
Vejo-te ficar mais perto.
Olho através de ti,
Vendo ainda assim teu vulto.
Hoje é um dia mau,
Mas ainda assim noto
Que estás presente.
E se ainda assim não me és transparente
É porque tens um lugar só teu…
Em mim.
Vislumbro o escuro nada,
Saio para a rua,
A chuva escorre-me pela face
Até me encontrar os pés nus.
Mas tenho sede de ti.
O dia vai nascendo
A pouco e pouco
Enquanto o vento cortante
Me trespassa.
Mas não traz o arrepio gélido,
O arrepio imenso,
O arrepio saboroso
De te ver.
Finalmente apareces.
Vislumbro-te ao longe,
Vejo-te ficar mais perto.
Olho através de ti,
Vendo ainda assim teu vulto.
Hoje é um dia mau,
Mas ainda assim noto
Que estás presente.
E se ainda assim não me és transparente
É porque tens um lugar só teu…
Em mim.
terça-feira, 6 de março de 2007
Amargo...
Dêem-me a paz
que o sol morra
e a ira o esmague,
arranquem-me os olhos
levem-me a dor
da minha melancolia doentia.
Deitem fora as minhas palavras
deixem neste canto o que resta de mim
e compreendam tais e infernais lágrimas
que o que mais desejo
é rasgar este ventre negro e de dolor
e ignorar palavras que me absorvem do mundo…
Chorar.
Chorar outra vez,
deixar-me aqui outra vez,
deixar-me de mim.
Simplesmente não querer
voltar
a ser
eu.
que o sol morra
e a ira o esmague,
arranquem-me os olhos
levem-me a dor
da minha melancolia doentia.
Deitem fora as minhas palavras
deixem neste canto o que resta de mim
e compreendam tais e infernais lágrimas
que o que mais desejo
é rasgar este ventre negro e de dolor
e ignorar palavras que me absorvem do mundo…
Chorar.
Chorar outra vez,
deixar-me aqui outra vez,
deixar-me de mim.
Simplesmente não querer
voltar
a ser
eu.
Subscrever:
Mensagens (Atom)