sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Páginas Rasgadas (páginas de outono)

Piso as folhas caídas que algum poeta deixou
por aí,
(perdidas) pelo chão…
Quem sabe se não foi o vento que as trouxe (?)
Para me recordar a cor dourada do Outono
Quando nos entra pela janela
Com aquela nostalgia de um café de domingo…

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Retrato

As sombras movem-se numa atitude intempestiva,
Cavalgam nas paredes desertas do meu quarto
Como cavalos que foram libertos pelo vento.
Resguardo a minha solidão num retrato de mim mesma
Mas já não me sinto só por estar só.
É um estado de silêncio e alma
É a chuva a cair lá fora
Enquanto aqueço as mãos junto à lareira…
Atas de novo os laços que antes deixaste romper
E percebes o valor que o mundo à volta tem.

Passeio fugaz

Vagueamos pelos nossos caminhos
Perdidos no nosso silêncio
Onde a lua ilumina o espaço em volta
E nos diz que já não estamos sós.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

chegou o outono.. (não chega o fim)

O vento passa
e vai levando todas as memórias que ainda não partiram,
como folhas caídas no chão…
Aos poucos o meu silêncio tende a desaparecer no meio do vão,
o meu tão desejado silêncio...

Não sei o que este lugar me diz,
Não sei onde estão as pessoas,
Não sei o que me prende aqui…
A necessidade de cá estar é cada vez menor,
todos partem
e outros nunca chegaram a ficar…

Abre os teus olhos e olha em volta:
podes ter o mundo e podes encontrar algo que te leve daqui,
encontrar o lugar onde realmente pertences.
não adianta mentires,
não olhes nem sintas…
Já de nada vale chamar por todos aqueles a quem pedimos para ficar.

A solidão por dentro converte-se em algo que não entendo,
uma obsessão,
um sofrimento
ou uma simples perda…
Rasgo ideias como folhas
E escrevo a minha história de vida caoticamente.
O fim não chegou a começar:
o fim não chega nunca...

palavras...

Arrependi-me da dor que deixei passar
e reflecti o meu ódio num beijo…
Tão escassa se torna a vida quando já não acreditamos,
o surreal está presente…
trocamos as palavras e percebemos que já nem desta forma têm algum sentido.
Deixo que o meu sono me leve e adormeço na busca do conforto que não tenho.
Sinto-me perdida outra vez,
Só outra vez,
Sinto-me eu outra vez…