sábado, 23 de abril de 2005

olho em volta

Olho em volta,
Enfrento todo um mundo com uma lágrima,
Espero que venhas,
E vejo mendigos todos os dias percorrerem caminhos incertos…
Grito por todos aqueles que amo,
Espero que eles ouçam o grito…
Sinto-me só.

sexta-feira, 1 de abril de 2005

perder

Perder-te.
Largar-te a mão e fechar-me no meu próprio tempo.
Fugir de tudo e de nada
com o pensamento presente,
gritar para que o mundo pare,
perder tudo aquilo que não tenho...
Ouvir a chuva a cair,
naquele riso certeiro,
ostinato...
Para quê perder-te,
se te posso ter aqui...

(três letras...) até um dia.

Fechaste a porta, devagar... Fiquei na ânsia de um dia em que a voltasses a abrir.
Para quê?
Para te ouvir dizer aquilo que já não és, ou aquilo que foste...
Para quê soltar as lágrimas mais uma vez por algo que sei não valer a pena...
Sei onde estás, mas nada me dá razões para te querer procurar.
Espero aqui,
aninhada neste chão gelado,
onde me esqueço do tempo e onde estou.


(ao contrário do que se possa pensar, não escrevi isto para ninguém de quem gostei...)

tudo muda...

tudo muda, como a razão de continuar,
tudo melhora e nos ajuda a sonhar...
traço o meu próprio caminho incerto, mas seguro.
Por entre os sonhos que recordo,revejo toda uma vida,
e renovo a certeza de me encontrar.
Perco-me por esses caminhos,
e fujo do medo de não ter uma razão...
Apesar de saber onde estou,
tento encontrar uma razão para me encontrar.
Piso as tristes folhas caídas nesses caminhos,
caminhos que piso lentamente,
e ergo a cada passo
que enfrento a cada passo,
a cada instante,
e encaro a cada dia, com o olhar no horizonte...