terça-feira, 27 de junho de 2006

sábado, 3 de Junho...

Já não consigo escrever,
as palavras não flúem
e refugio-me nas lágrimas para expressar a dor…
As folhas brancas deixaram de ser o meu motivo,
a razão pela qual continuo e não desisto…
Pergunto-me o que me faz continuar
e penso partir para a frieza
para conseguir encarar a minha solidão
(pelo menos melhor do que com a demência de agora) …
“O sol brilha lá fora,
os pássaros cantam”
e as folhas das árvores ecoam o assobiar do vento…
Toda esta beleza é finita, talvez fugaz,
faz-nos acordar de outro modo
mas não nos impede de pensar em desaparecer
não nos impede de nos fartarmos de nós,
de não acreditarmos nas pessoas,
de não saber o que é poder confiar,
o que é receber
mesmo sem dar,
o que é amar realmente
o beijo que a madrugada nos dá
todos os dias ao acordar
e a respirar
(o silencio,
o ruído)
da solidão
que nos deixa fracos e perdidos
e nos torna mendigos de nós próprios…

…Deparas-te com o sorriso falso de todos
e encontras em ninguém a confiança das tuas palavras…

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