quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Estás sozinho, sem ninguém
Estás cansado, sem forças
Tens frio, congelas
Sentes dor, falta de amor
Lembras a amizade, deixou saudade
Olhas o presente, dá-te raiva
Segues a lua, estás no breu
Eis que te deitas, olhas o céu
Com quem falas? Não há vivalma
Falas com o papel, nunca te deixou
Nele confias, não só as alegrias
Mostras-lhe a dor, o amor
A amizade e a saudade
A raiva do presente
Passas-lhe o breu da alma
Que já nem a lua tem de tão escura que é
Ele não se magoa, ele não sente
É apenas papel, também não te mente
Não te magoa, não te ama
Não é teu amigo, não te sente falta
Não se chateia, não diz nada
Só esta ali, imóvel, quieto
Mas eis que por vezes
Depois de o riscares com o breu da alma
Ele a reflecte com claridade
E da apatia da sua brancura violada
Se levanta a resposta que procuravas

Sem comentários: