quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Tu

Pensei ser tudo aquilo que sempre quiseste ter,
não quis ser um olhar fugaz
ou uma flor que depois de seca
perderia toda a sua vivacidade
e acabaria n’algo chamado abismo...
Quis o teu sorriso,
quis acreditar em ti
e em tudo o que se passava à nossa volta,
o porquê de agora tudo estar tão vago,
tudo tão cinzento e escuro:
tão melancólico...
De que servem as doces recordações
agora que nos deparamos com um presente estuporado,
cruel,
vil...
O teu passivo silêncio incomoda-me,
enerva-me,
leva-me a dizer coisas que não sinto,
a irar...
Até que ponto o teu amor existe?
Até que ponto tudo foi verdadeiro?
E sim, é para ti que escrevo tais palavras,
Tu, que me fazes chorar e me magoas.
Tu, que sem me tocar me arrepias,
me humilhas, me afugentas...
Dei-te tanto de mim
sem esperar nada de volta.
Seria suficiente um olhar,
um gesto
(qualquer coisa)
para afastar do meu olhar este breu,
esta tristeza
que manchaste nos meus olhos tristes...

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