Sou o pedaço de bruma
imóvel e quedo...
Hei de sair deste buraco que é a vivência que tenho guardado...
Jorrei pelos dedos este céu branco
tão imaculado nesta pureza crédula que é sentir-me triste...
Quis a tua mão,
- um pequeno apoio -
e vi-me tão só quando te recordei as costas...
És eterno.
Quis beber-te a ternura que largaste em mim
por seres tão hábil a fugir das palavras fraternas...
És um ritual.
Decifrei-te e não soube conter-te,
não soube dar-te tempo de perceberes o silêncio que sou.
Mostrei-me ao mundo num momento cru,
ingénuo,
leviano: arrependido...
e já passou tanto tempo...
Passou desde que as lágrimas secaram
e absorveram o extravazar de mim.
Foi tão oco este vazio
porque esta noite algum do meu amor partiu
e não sei se quero viver com o peso
de carregar a tua doce ausência...
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